Pouco a pouco a economia do País vem mostrando alguns sinais de recuperação. No último mês de maio, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio - medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) - deu um salto de 30% na comparação com o mesmo período do ano passado. No Recife, o varejo conta com mais um motivo para se animar. A capital pernambucana lidera desde o início do ano o iflux (índice de fluxo de pessoas), se mantendo acima da média nacional. No mês passado, a cidade chegou a atingir 11 pontos no índice, enquanto a média nacional se manteve em 0,1.
O indicador é elaborado por uma parceria da empresa Mais Fluxo - que realiza monitoramento de fluxo em centros de compra - com o Ibope Inteligência. No Recife, apenas entre os meses de janeiro e fevereiro houve uma desaceleração na quantidade de pessoas em circulação nos malls, desde então, a curva se mantém ascendente. "Percebemos um esforço de marketing dos shoppings do Recife em atrair pessoas, realizando eventos e gerando movimentação", analisa o diretor da Mais Fluxo, Paulo Sério Campos.
Dentro do
desempenho recifense - que passou de 8.5 em abril para 11 em maio - , o RioMar
Shopping teve um destaque especial. O mall, sozinho, aumentou em 22,49% seu
desempenho no índice de fluxo comparado a maio do ano passado. No acumulado
desse ano o percentual é de 10,5%. Considerando a análise de Campos sobre a
importância da realização de programações especiais dentro dos centros de
compra, o RioMar mantém uma média de 20 eventos por mês. Em todo o ano passado,
foram 132.
O presidente da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), Paulo
Carneiro, afirma que as vendas nos primeiros cinco meses deste ano estão respondendo
ao aumento do fluxo: cresceram cerca de 7%.
"Mesmo que não seja na mesma proporção, o fluxo maior com certeza fez aumentar as vendas. O mês de junho já está sendo excepcional também nesse sentido", afirma Carneiro. Ele lembra ainda que os saques do FGTS inativo podem ter tido um impacto maior no Nordeste do que em outras regiões do País.
CULTURA LOCAL
Já que o aumento do fluxo não se converte totalmente em consumo, algumas razões podem explicar a manutenção do Recife acima da média nacional no que se refere à quantidade de pessoas circulando dentro dos shoppings. Uma delas seria o costume dos recifenses de ir ao shopping como sinônimo de "passeio", não necessariamente de compras.
"De qualquer forma, esse indicador é interessante porque mostra que as pessoas estão querendo consumir, estão próximas às lojas, olhando produtos. O que a gente tem que entender é o que está impedindo esse consumo. É aí que vem o desemprego, o endividamento", diz o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos.
O economista ainda lembra que, mesmo quando os consumidores não realizam compras como antes, as praças de alimentação permanecem cheias e continuam atraindo pessoas, o que também é positivo para a economia. "Outro fator a se levar em consideração é o momento de violência que estamos vivendo. As pessoas vêem o shopping como um ambiente seguro e tranquilo para passear com a família", afirma Ramos.
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